quarta-feira, março 31, 2010

É, você...
que vive formulando leis
para enfrentar a realidade.

Essa realidade que insiste em ser complicada,
que você e seus positivismos insistem compreender através da compilação de regras que se aplicam somente uma vez,
desculpas para os seus fracassos.

É, você mesmo,
Que não chora na frente dos outros,
Que tem raiva de quem não concorda...
Você que tá aí querendo ser alguém
Para dizer a outrem o que fazer.

Ah, mas você é muito fraco mesmo!
Você é um bichinho acuado.
O mundo explode em cores fortes, maravilhas do sol e da luz, movimentos bruscos, lua cheia...
E você a escrever um livro que compila leis universais que se aplicam somente uma vez
Para depois guardá-lo no fundo da gaveta
Com medo de que todos vejam o quão perigoso é você.
Você é um merda!

sexta-feira, março 26, 2010

Desculpa de peidorreiro

Pra que tanto estudar?
Pra um dia chegar a falar?
Continua a mesma coisa de sempre.

Por isso vivo e falo,
Estudo as letras
E me comprazo.

Mas se você me diz:
– Vamos atuar?
Eu, que não sou ator,
Fico na minha.

Tem gente de falar.
Tem gente de fazer.
Ninguém é bom em tudo,
Conselho desse mundo.

terça-feira, março 16, 2010

Quem sabe o que ser?
O que ser,
Se ser tanta coisa e nada ser,
É ser.
Quem sabe o que ser?

Ser ou não ser?
Não há não ser,
Se ser é ser.
E ponto final.

Ser tanta coisa...
E o que ser?
Ser o que agrada? ... não!
Que faz crescer, que impulsiona
Que é vida
Que é ser
Ser tanta coisa....
ser

segunda-feira, março 01, 2010

Catarse nº33

Eu vou escrever um monte de merda aqui porque eu preciso escrever. Faz tempo que não escrevo e essa vontade parece que não sai de mim. Eu já desisti há tempos, mas não sei o que é. É uma vontade de insistir no que parece ser uma vocação. E se eu fui chamado, eu que não costumo correr do confronto, o que fazer? Eu não sei não, mas essa vontade é muito forte, essa alma de poeta, acostumada com grandes sofreres e regozijos me apetece a alma. Eu peço desculpa às musas. Eu bem que tentei sair dessa, dar um tempo... mas por mais que eu me esforce, os dedos coçam, a cabeça não pára de pensar, o desejo é ver as letras sucedendo-se umas às outras em um fluir que busca eternizar-se. Talvez esse desejo de ser eterno, ao menos entre os homens, seja um medo da morte, do esquecimento, uma necessidade de fazer-se presente além do nosso presente, de influenciar, de tornar a existência menos sofrível, sei lá. Não tenho essas respostas. Eu sei que escrevo e tenho vontade de me expressar por meio das palavras. Nem que seja escrever sobre a própria vontade de escrever que é o que agora faço. As idéias são um astro que vaga por aí. Escrevendo vamos descobrindo até onde vai a imaginação humana, expandimo-la. Talvez a escrita, a imaginação sejam o aporte que leva à frente esse gênero peculiar de criatura que é o ser humano, esse macaco tão esperto. Por enquanto, vamos por aí desbravando novas fronteiras dentro de nós mesmos e levando outros a refletir no espaço a consciência da imensidão que não vemos, mas tentamos criar. Levemos o mundo adiante, até onde? Não sei dizer. Mas levemos. Nada melhor que não ficar parado, nada como o universo em expansão.