terça-feira, dezembro 07, 2010

Você não acha que estão exigindo muito de você, não?
Me explica esse ‘estressis’?
Essa angústia?
Por que você toma tantos remédios?
E essa depressão não passa?
Desculpa esse tanto de pergunta,
Mas é que tenho uma ligeira impressão
Que estão exigindo demais de você, não é não?

segunda-feira, novembro 08, 2010

As coisas se ajeitam,
Pra tudo dá-se um jeito,
Mas o que você tem é medo
E medo não tem jeito não.

Das duas uma:
Ou você acaba com ele
Ou ele te mata.

terça-feira, novembro 02, 2010

O sol das almas
E você
Em meu pensamento
Nesse dia santo
Dos mortos.

Que me faz querer você?
Nada me responde.

E quem explica isso?
Que toda vida é toda morte.

E qual seria a minha sorte?

(quantas perguntas)

Todo caminho é um fim e um começo.
De tudo eu desconheço.
E esqueço.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Uma pequena borboleta pousou na minha janela hoje
E virou uma lagarta
Talvez seja isso mesmo
A gente tem que diminuir pra crescer
Desaprender
Pra aprender diferente

Ser fraco é ser coisa de gente
E ser forte vem bem à frente
Porque aquilo passa
E isso também
amém

domingo, agosto 29, 2010

Da condição humana

É nossa miséria
Da condição humana
Que estejamos sempre insatisfeitos
Pois se a quem é pobre
Assola a fome;
A quem é rico
Assola o medo.

É de não nos contentarmos com o real,
De buscarmos sempre o ideal,
Essa angústia,

Mas se é angústia,
Também é esperança
Que nunca alcança.

O fato de estarmos caminhando
Nos coloca temerosos diante de tudo
E só um senhor pode nos guiar,

E em nossos dias
Cada um escolha
o senhor que lhe apraz:
a ciência, ao bom rapaz;
a carreira, ao obstinado;
ao humilde, a fé.

E ter fé é ter força
Quando se descobre o mistério
E o medo
Da existência.
Finita.
Absoluta.
Ser.

domingo, agosto 22, 2010

A ciência é uma esquizofrenia.
Não fosse, não seria.
Se não, tal qual podia
Ser esquizofrenia.

Não fosse, não seria
Parar pra arrumar o corpo
E pensar se
Arrumar o corpo
Ou pensar arrumar o corpo
Qual dos dois seria
Ser esquizofrenia.

A arte, rapazes.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Não basta seu dom

Eu até jogo bola bem,
mas sabe como é,
não tendo um empresário,
sou tirado de mané.

Eu até toco violão bacana,
mas sabe como é,
sem um empresário,
não rola grana.

Por isso estou aqui,
Pedindo, por favor, sem ganância
Eu quero um empresário,
Só ele pode realizar o meu sonho de infância.

Caso contrário, minha vida está fadada
a ser essa vida de nada
Sem fama, carrão da hora e mulherada.
Ou ié!
Mesmo sendo tão boçal,
sempre me achei legal.

sábado, agosto 14, 2010

Diálogo

- E a vida? Deve ser tomada a grandes ou pequenos goles?
- A grandes, com certeza.
- E por quê?
- Porque não se deve pensar a existência como certa. Você provavelmente vai morrer de uma forma que não quer, em um período da sua vida que você não vai escolher. Não existe uma vida certa como nascer, crescer, reproduzir e morrer. Alguns não reproduzem, outros nem chegam a crescer. De modo que viver a pequenos goles vai tornar sua vida frustrante em dois sentidos. Primeiro, porque só os grandes goles nos alimentam. Trata-se de sentir a força vital. Segundo, porque viver se conservando para o futuro é uma incoerência sem tamanho visto que o futuro, por mais que não queiramos, é incerto.
- Mas quem vive a grandes goles sempre não pode acabar se afogando?
- Me diga então, se por acaso, pequenos goles e doses homeopáticas alimentam o ser?
- Talvez... a moderação é uma virtude
- Olha, não me leve a mal, mas esse papo é uma tremenda balela. Quem prega isso certamente é fraco de vontade e, pior, espera dos outros o mesmo. Me diga se a prudência levou o europeu à era das navegações?
- Isso não tem nada a ver.
- Mas como não? O espírito incauto não conhece o medo e o medo é muito medo da morte. Você tem medo da morte?
- Não sei. Talvez tenha.
- Mas não tenha. Ela é a sua única certeza. O mundo é composto de nascer e morrer. Não acredite no horror da morte, pois, assim como a vida, a morte tem a sua beleza.
- E que bem há de existir na morte?
- Ora, mas agora caminhamos em um terreno deveras complicado pois ninguém volta para contar.
- Pode ser...

quarta-feira, julho 14, 2010

Esqueci a senha, fiquei lembrando do seu nome. Mas que coisa estranha! Você hoje tão estranha, e esse seu nome. Mas que coisa estranha. Não sei a senha. Eu não lembro mesmo. Mas eu lembro do seu nome e sei que tem a ver. Por quê?
Porque eu lembro do seu nome quando eu tenho que lembrar da senha que eu fiz
Pra você é fácil. Você não sabe mesmo. Você nem mesmo lembra...
Agora eu acho que me veio uma coisa aqui......
É uma data. Mas que data seria?
Eu vou chutar a data que a gente transou a primeira vez.
Mas nem eu mesmo lembro.
Ah!
Digitando, o primeiro beijo, claro!
A senha entrou.

ao dia do rock (13,07)

Aquele cara olhou pra mim, ele já sabia. Sentei na cadeira ele passou a tesoura três vezes e pá. Dali sai para a rua, já era hora, eu tomei duas ampolas. De uma roda de samba, saí para um show de rock. Aquele cabelo fazia com que eu fosse um ícone naquele lugar. Pediram meu som, mas eu sou muito prepotente. Dali a duas horas, eu subi. Jhonny b good. Tutti-frutti. Hit the road, jack! A galera foi ao delírio com aquele som. Até quem não é de chorar, chorou. Até quem não é de dançar, dançou. Long live roque enrrou.

segunda-feira, julho 12, 2010

Valorizam muito a vida
E esse medo da morte.

Mas essa coisa que valorizam
Cheia de medo da morte
E chamam vida
Não é vida.

Vida só é vida
Se for em abundância.

Em verdade,
Tanto faz...

Vida e morte são a mesma coisa.
Não se importe com isso,
com o seu corpo em uma existência chata e confortável

Lembre-se:
Você é apenas um vetor.
Um vetor de quê você quer ser?

domingo, junho 13, 2010

Anginho era um cara legal
Estilo chupa pau
Puxava saco de professor e queria ser doutor
Um dia anginho descolou uma caranga,
Mas nunca teve mina de esquema,
Ele era mesmo um comédia,
O falsário do teatro como tema.

Anginho queria ser popular.
Ele foi criado vendo os filmes da sessão da tarde
E curte todos os seriados yankees.

Anginho chupa pau
Queria ser legal
Queria sempre sair bem na foto
Um dia descolou uma mota,
Mas nunca teve uma xota,
Ele era um comédia,
O tédio entre a média.

Anginho você nunca vai se achar.
Você está muito mais nos outros que em você
E curte todos seriados da tv.

sexta-feira, maio 14, 2010

Essa música tem gosto de verde.
Quem me dera gostar de verde mais que gosto de ti,
Mais.
Mas não posso
Tu és mais.
Eu gosto de música e a música quando verde diz que pode até vingar
E eu gosto
quando a coisa tem força para vingar e se vingar das estatísticas.
Enfim,
ser o que se é liberta das questões porque não as suscita.
Apenas ressuscita o Novo.

Para aliviar a consciência

Todos os dias, no meu jardim, enterro um pouco de miséria
dentro em um pedaço de pão e destino as minhas intenções à África.

Todos os dias, incessantemente.

Todos os dias abraços árvores e enxugo gotas de orvalho pela
manhã e dedico essa obrigação à Terra.

Todos os dias.

Todos os dias caminho por esqueletos tristes fossilizados e
meninos, meninas, jovens e adultos e velhos doentes imploram por minha compaixão.

Todos os dias.

Eles me oferecem mãos raquíticas enquanto eu digo que meu
pedaço de pão já foi sepultado e comungo com a indiferença dos meus.

Todos os dias, incessantemente.

sábado, abril 24, 2010

Amorcrescer

Quando vierem outros sóis
Depois de gastas a força e a eternidade: juventude
De ti lembrarei como um remanso
Pedaço perdido da primeira castidade

Pois foi quando nos vimos pela primeira vez
que senti amor e também ódio
e tudo era vingança
fosse boa ou ruim
porque já não sabia em mim
reter o que a sua presença plantava
e o amor cresceu
como planta nas chuvas do verão

Mas aí já estarei velho outonal
e a lembrança será marca antiga
talhada em casca de árvore
pedaço do tempo, de mim e de ti.

quarta-feira, março 31, 2010

É, você...
que vive formulando leis
para enfrentar a realidade.

Essa realidade que insiste em ser complicada,
que você e seus positivismos insistem compreender através da compilação de regras que se aplicam somente uma vez,
desculpas para os seus fracassos.

É, você mesmo,
Que não chora na frente dos outros,
Que tem raiva de quem não concorda...
Você que tá aí querendo ser alguém
Para dizer a outrem o que fazer.

Ah, mas você é muito fraco mesmo!
Você é um bichinho acuado.
O mundo explode em cores fortes, maravilhas do sol e da luz, movimentos bruscos, lua cheia...
E você a escrever um livro que compila leis universais que se aplicam somente uma vez
Para depois guardá-lo no fundo da gaveta
Com medo de que todos vejam o quão perigoso é você.
Você é um merda!

sexta-feira, março 26, 2010

Desculpa de peidorreiro

Pra que tanto estudar?
Pra um dia chegar a falar?
Continua a mesma coisa de sempre.

Por isso vivo e falo,
Estudo as letras
E me comprazo.

Mas se você me diz:
– Vamos atuar?
Eu, que não sou ator,
Fico na minha.

Tem gente de falar.
Tem gente de fazer.
Ninguém é bom em tudo,
Conselho desse mundo.

terça-feira, março 16, 2010

Quem sabe o que ser?
O que ser,
Se ser tanta coisa e nada ser,
É ser.
Quem sabe o que ser?

Ser ou não ser?
Não há não ser,
Se ser é ser.
E ponto final.

Ser tanta coisa...
E o que ser?
Ser o que agrada? ... não!
Que faz crescer, que impulsiona
Que é vida
Que é ser
Ser tanta coisa....
ser

segunda-feira, março 01, 2010

Catarse nº33

Eu vou escrever um monte de merda aqui porque eu preciso escrever. Faz tempo que não escrevo e essa vontade parece que não sai de mim. Eu já desisti há tempos, mas não sei o que é. É uma vontade de insistir no que parece ser uma vocação. E se eu fui chamado, eu que não costumo correr do confronto, o que fazer? Eu não sei não, mas essa vontade é muito forte, essa alma de poeta, acostumada com grandes sofreres e regozijos me apetece a alma. Eu peço desculpa às musas. Eu bem que tentei sair dessa, dar um tempo... mas por mais que eu me esforce, os dedos coçam, a cabeça não pára de pensar, o desejo é ver as letras sucedendo-se umas às outras em um fluir que busca eternizar-se. Talvez esse desejo de ser eterno, ao menos entre os homens, seja um medo da morte, do esquecimento, uma necessidade de fazer-se presente além do nosso presente, de influenciar, de tornar a existência menos sofrível, sei lá. Não tenho essas respostas. Eu sei que escrevo e tenho vontade de me expressar por meio das palavras. Nem que seja escrever sobre a própria vontade de escrever que é o que agora faço. As idéias são um astro que vaga por aí. Escrevendo vamos descobrindo até onde vai a imaginação humana, expandimo-la. Talvez a escrita, a imaginação sejam o aporte que leva à frente esse gênero peculiar de criatura que é o ser humano, esse macaco tão esperto. Por enquanto, vamos por aí desbravando novas fronteiras dentro de nós mesmos e levando outros a refletir no espaço a consciência da imensidão que não vemos, mas tentamos criar. Levemos o mundo adiante, até onde? Não sei dizer. Mas levemos. Nada melhor que não ficar parado, nada como o universo em expansão.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Comentário acerca das 3 leis da robótica

1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal..
2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

A primeira lei da robótica de Asimov é essencialmente humana
A segunda lei da robótica de Asimov é de submissão social
A terceira lei da robótica de Asimov é da ordem criador-criatura