Todos os dias, no meu jardim, enterro um pouco de miséria
dentro em um pedaço de pão e destino as minhas intenções à África.
Todos os dias, incessantemente.
Todos os dias abraços árvores e enxugo gotas de orvalho pela
manhã e dedico essa obrigação à Terra.
Todos os dias.
Todos os dias caminho por esqueletos tristes fossilizados e
meninos, meninas, jovens e adultos e velhos doentes imploram por minha compaixão.
Todos os dias.
Eles me oferecem mãos raquíticas enquanto eu digo que meu
pedaço de pão já foi sepultado e comungo com a indiferença dos meus.
Todos os dias, incessantemente.
sexta-feira, maio 14, 2010
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