sexta-feira, julho 24, 2009

O que houve conosco?
Estamos presos. Não acredito que seja só ilusão. Estamos presos de verdade. Sentimos isso. O que será essa força? Eu não estou preso,digo de mim pra mim, mas quando saio na rua, estou atado a alguma coisa.
Acompanhei meus poetas. Fui luminoso.
Sou de cataguases. Só quero que cuide do pomba. Sei das coisas de lá. Sei de várias delas. Ás vezes fico cabreiro de falar, mas eu sei. Eu sou de cataguases.
Há oitis com sonhos libertários. Achei vários deles. Eu sei. Eu sou de ktá. Sabe, dos catu-auás.

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Conhece guido eu sei algo de guido:

Quatrocentos anos depois de o coronel Guido Marliére ter chegado às terras dos Catuauás e ter fundado o então arraial do meia pataca foi que se acharam os seus restos mortais e uma carta. De autoria de Guido o recado trazia impressos os brasões do império da coroa e muitas formalidades de época e alguns pedidos. Dentre os vários que ainda podiam ser lidos sem perda de sentido estava um bastante curioso. Guido pedia que antes de se aportar, colonizar, civilizar e etc. se observassem as leis naturais do povo. Dizia ele que por mais que se tentasse exaustivamente as leis regentes da natureza de um povo não poderiam nunca ser traídas. Questão de ancentralidade que não cabe aos homens, que não vivem sequer cem anos, dizia. Relatava no corrente da carta o que o povo daquele lugar em específico era e que se preservassem o espírito da terra e a natureza da gente. Guido muito se encontrava com mamoriá maezinha iaiá e reza a lenda que foi essa conjuradora da chuva Catuauá que lhe ensinou as coisas que sabia do lugar e as disposições necessárias a lidar com o seu povo. Nisso é que Guido discorria na carta. Como aquele recado suportara tanto tempo ninguém soube dizer. O que se sabe é que maezinha iaiá rezou sobre ele e depois aplicou uma tinta clara por todo o papel para que “nem fogo nem água desviassem a sua delicada trajetória” já sabida por maezinha desde antes de o próprio tempo ser tempo.
E a mamãe inhá olorixá se gabava de ser a mentora intelectual de Guido durante sua primeiras estadas no ribeirão do meia pataca. Ela pregava uma teoria que assinalava a necessidade do ser humano seguir a sua natureza. O povo – dizia ela a Guido em noites altas em que o desbravador ficava a contemplar aquele novo céu do outro lado do atlântico – não pode trair a sua raiz. A natureza do lugar é o fundamento do ser. Quando essa alma se vai, ou é traída – e narrava com aquele olhar de feiticeira velhaca – se perde a raiz. A natureza não é nunca traída. A natureza do povo, do indivíduo e do ser. É menos penoso ser feliz assim.
Guido ficava maravilhado com a cultura local. ‘Não é que esse povo é gente’, pensava.
A diplomacia de Guido extraía da senhora o potencial futuro. Ele realmente ouvia fascinado as novas visões e lendas de uma velha aldeã nas terras americanas, mas sempre continuava europeu e , principalmente, metido como um francês.

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Mas ktá não é o Brasil, é? Acho que não. Acho que ktá é o fim do mundo, na boa, né não?

Sinceramente, me acho honesto, eu tenho boas qualidades para essa vaga. Gostaria nde dizer que você não encontrará ninguém melhor a mim nessa seleção. Eu acho que o Obama é um cara legal, mas discordo das políticas de cotas raciais.

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Eu sou meio a meio
Eu sou o médio
Eu sou o mínimo.
O mínimo
não sabe
que o mínimo
é o máximo.

***

O ano: o dois mil. É apocalipticop.
Foda-se eu não acho;
na boa,
Vou nascer e morrer sobre esse sol e você que se foda com essa teoria libertarian que não dá em nada.

Vou lá que eu to na lara , irmão. Se liga que é atitude. Sempre.

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